Para viver bem a Quaresma

Eurivaldo Silva Ferreira
Para viver bem a Quaresma no âmbito comunitário ou pessoal, enumero algumas sugestões, mas o/a leitor/a pode acrescentar outras, de acordo com sua possibilidade, abertura e condições:
·         Acolher nas liturgias, especialmente no tempo quaresmal e pascal, os que querem se aproximar do sacramento da Penitência, reconhecendo neles os verdadeiros necessitados de conversão, assim, os pressupostos teológicos da fé podem se unir à dinâmica do crescimento  da experiência cristã. Estes não podem estar separados daquele. O segundo não pode suplantar o primeiro. Trata-se de dois aspectos complementares da atividade santificadora da Igreja. Ao caminho e maturidade da fé, corresponde o caminho e maturidade do rito. A fé se exprime no rito e o rito reforça e fortifica a fé. A norma da oração é a norma da fé e vice-versa.
·       Usar atitudes inclusivas e não separatistas. Promover o dinamismo do ano litúrgico na vida da comunidade, permitindo que se viva cada tempo dentro de seu tempo específico, com suas propostas pedagógicas e seu itinerário adequado e místico.
·         Perceber nessas atitudes caminhos alternativos para o encaminhamento das lições tiradas da liturgia, dos textos bíblicos e eucológicos, dos ritos, a fim de que se possa levar para a vida da comunidade, sobretudo, no amparo àqueles que mais necessitam, seja dos sacramentos, da cura espiritual, seja das necessidades básicas para o desenvolvimento da vida (por exemplo, obras de caridade, distribuição de cestas básicas etc).
·         Neste sentido, entendemos que a liturgia celebrada pode dar luzes às questões temporais que homem e mulher podem enfrentar, sobretudo porque, o testemunho da Igreja em anunciar a misericórdia de Deus também pode ser vivenciado nas reuniões celebrativas, onde o povo tenha a livre iniciativa de poder expressar seus sentimentos, seus anseios e seus desejos, suas alegrias e suas tristezas, de tal modo que, possa a celebração litúrgica ser a porta para a entrada na vida comunitária.
·         Para se buscar e viver a misericórdia de Deus, seja no sentido pessoal, seja no sentido comunitário: depois do convite da Igreja ao sacramento do perdão (confissão), assumir as leituras bíblicas do dia, rezar um salmo, acender uma vela, colocar um ícone ou uma cruz, deixar um silêncio, fazer uma ação de graças: de manhã ou à noite, em casa, no quarto de um doente...
·         Respeitar a si mesmo/a, os próprios limites, reforçar o positivo das pessoas, optar por uma cultura de paz e preservação do meio ambiente, ser tolerante, participar das lutas pelas causas coletivas, de cunho ecológico, por exemplo... Na vida fraterna, dar sempre o primeiro passo em busca da unidade.

·         O perdão, como possibilidade de não aprisionar a si e aos outros nas consequências negativas dos seus atos, é condição para tornar a vida viável; pode ser visto como instrumento de cura interior, de abrir passagem para a dimensão divina de nós mesmos. Aquele que se conhece a si mesmo, com suas ambiguidades, pode compreender o outro em suas sombras. (cf. Jean Yves Lelup)

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