Relato de uma experiência de oração nas casas

            Lourdes é mulher de fé, de oração, além de ser uma pessoa portadora de um carisma enorme, que convoca e reúne outras pessoas ao seu redor. Conheço esta servidora do Senhor desde minha infância, ocasião em que, frequentando a comunidade, a víamos entrar com um grupo de crianças, sempre sentando no segundo banco da igreja. Crianças que em sua maioria eram ajudadas por ela na oração e na catequese. Sua firmeza na fé a faz ser uma pessoa de garra, com a qual sempre se dispõe a olhar para o/a outro/a com uma característica que só ela possui. Há cerca de um ano começou um grupo para rezar o Ofício Divino nas casas. Numa dessas noites de Vigília, no momento da Recordação da Vida, emocionou-nos com o relato abaixo:

           
          “25 de julho, quarta-feira de 2012. Quarta-feira à noite. Primeira celebração do Ofício Divino das Comunidades nas casas. Ao todo seis pessoas, o grupo estava formado e saindo em missão: Lia, Maria, Deise, Hosana, Ermelinda e Lourdes, que iria conduzir e presidir a celebração do Ofício Divino, auxiliadas pelo Eurivaldo, que nos foi dando orientação, coordenando e nos animando, apoiando e sempre que possível se fez presente para nos formar e acertar alguma coisa que tivéssemos dúvida.
            Foi assim que esse grupo começou, com passos lentos, tímidos, mas com muita determinação, animação e alegria. Fomos chegando, nos sendo apresentadas às famílias que sempre nos acolheram com muita fé e alegria.
            Estamos celebrando o primeiro aniversário. Faz um ano que pusemos os pés pela primeira vez fora de nossas casas, para entrar nas casas de nossos irmãos fracos e necessitados, pessoas idosas e carentes, depressivas, desempregadas, solitárias, doentes, sem teto, injustiçadas, com sérios problemas de relacionamento na família. Este povo é o nosso alvo, o trabalho é árduo, mas gratificante.
            A cada casa que entramos pela primeira vez, fazemos a Bênção da Casa e da Família. Cada bênção é uma história que, se escrevêssemos, daria
para montar um livro.
           
A cada Ofício celebrado é como se fosse uma festa. Festa no céu, festa na terra. Nesta celebração partilhamos tudo: alegrias, tristezas, temos gestos concretos com partilha de alimentos, remédios, ajudando outros a encontrar trabalho, celebrando novenas de Natal e Pentecostes, participando do grupo de cantos litúrgicos nas celebrações eucarísticas, celebrando exéquias etc.
            Ofício Divino, Ofício de Deus. Deus cria e recria todos os dias, e assim vamos seguindo trabalhando, subindo e descendo, pelos caminhos, indo e vindo... Às vezes rindo, outras chorando, sempre rezando e sem desanimar, vamos olhando e sentindo as necessidades do nosso próximo. Foi percebendo a carência do povo sofredor que, graças a Deus, este trabalho se dividiu em três dimensões: temos celebração do ofício de vigília aos sábados à noite, ofício em memória da Virgem Maria aos sábados pela manhã (que agora rezaremos na comunidade), e bênção das casas às quartas-feiras à tarde, num bairro próximo.
                Obrigado, meu Deus, por tudo que nos tem dado. Obrigado porque na pessoa do Eurivaldo o Senhor usa de tanta benevolência, paciência e mansidão, sabedoria, humildade para ensinar este grupo do Ofício Divino nas Casas. Isso é fruto do trabalho e esforço do Eurivaldo que se privou de tantas coisas para cursar a universidade e estar ajudando, ensinando e prestando este serviço à comunidade que, com a oração, leva um pouco de alento para o povo necessitado.
           
Nós somos testemunhas vivas e referência de que este trabalho está dando certo. Nossa oração está boa porque as pessoas estão se sentindo mais fortes e merecedoras de graças, de serem perseverantes. A tudo agradeço a ti, meu Deus.
                       Abençoe-nos o Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

                       Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado”.

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