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Cantar a Semana Santa

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Cantar o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor Começamos esta celebração da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém imitando as crianças hebreias que, ao verem Jesus entrar montado num jumentinho, estenderam seus tapetes e o aclamaram com ramos, dizendo: “Bendito aquele que vem em nome do Senhor!” O canto deste domingo reveste-se da veste da glória do Cristo que será enaltecida na sua entrega de cruz. As crianças hebreias com seus ramos nas mãos são a imagem e destaque do Salmo 24: aquelas que “têm mãos puras e inocente o coração”, a quem desejamos imitar com a mesma reverência que Jesus teve ao assumir sua paixão na mansidão com a qual “subirá até o monte do Senhor”. É no Hosana, grito da vitória dos mais simples, que se destaca que o Filho de Davi é o Salvador, aquele que fazendo-se Servo Sofredor, conduz e aponta a vitória dos remidos para a glória definitiva com Deus através da sua cruz. Mas o grito de vitória parece ser contraditório quando nos deparamos com o relato e

Um hino de paz para o mundo

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Paulo Costa Lima De Salvador (BA) Não estaria o mundo precisando de hinos de paz? Ou pelo menos de um bom hino da paz? Não seria essa uma urgência a ser tratada pela ONU, através da UNESCO? A idealização de um hino que pudesse funcionar em todo o mundo como um verdadeiro jingle de indução emotiva e apelo racional pelas vantagens da paz - sem diluir a ideia de nação e pertencimento. Ao início de cada conflito armado as pessoas se reuniriam nas praças e começariam a cantá-lo até que a paz retornasse... Pois bem, vejamos: Os hinos nacionais são experiências sensoriais complexas. Estão diretamente conectados ao sujeito coletivo e suas emoções. O emaranhado de mensagens que estrutura essas vivências culturais é elemento formador do imaginário de cada país, e do mundo. Afinal, os hinos são celebrados regularmente por bilhões de pessoas. Olhando esses textos com todo respeito que merecem - pelo cabedal de união e solidariedade que proporcionam aos seus povos -, mas também com i

Quem “fabricou” os líderes religiosos popstars?

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  Eurivaldo S. Ferreira Parece até que o assunto se encontra um tanto quanto esgotado, e muito já se falou sobre isso. Ocorre que, com os recentes episódios em que dois grandes líderes religiosos cristãos são envolvidos em não cumprir os mandamentos da Lei de Deus, as questões sempre retornam. O assunto é então a atividade artística e midiática desses líderes religiosos que encontraram na boa fé do povo um arcabouço para o exercício de suas manifestações artístico-religiosas. Em primeiro lugar são líderes religiosos artistas porque conseguem arrebanhar multidões ao seu redor em seus mega espetáculos ou shows, haja vista o nascimento de um desses já no final da década de 1990 numa conhecida diocese da cidade de São Paulo. Em segundo lugar não se trata de indivíduos “fabricados” ou “construídos” pelo povo simples, isto é, seus seguidores, as pessoas de fé simples. Há de se entender o mecanismo de construção desses artistas que atendem perfeitamente a uma demanda dos mercados editor

Notas sobre o aprofundamento da participação de leigas e leigos cristãos na política

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  Euri Ferreira [1]             A Doutrina Social da Igreja Católica iniciou-se após a Revolução Francesa. Começou com a ação de grupos católicos ligados a ações sociais da comunidade em que estavam inseridos com a intenção de se denunciar uma situação de injustiça, pressionando a Santa Sé, para que esta tomasse uma posição oficial diante desses problemas. A partir daí a Igreja lança seus documentos e se posiciona firmemente contra essa situação. Convém destacar que em sua história de 20 séculos não poucos de seus membros já movimentaram seus discursos no âmbito social. Aliás, a comunidade cristã nasce e se firma no serviço ao bem comum, na partilha dos bens e no acolhimento dos mais necessitados. De fato, a construção de uma sociedade solidária que pensa na defesa de sua classe minoritária só tem sua fase de acabamento quando cristãos e cristãs, membros da Igreja Católica, interpretando os documentos da Doutrina Social da Igreja, salientam suas características importantes e delas

Falar por meio de metáforas. Tem sentido isso?

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Dizem os entendidos que a Ministra dos Direitos Humanos quando disse: "Menino veste azul e menina veste rosa!", falou por meio de uma metáfora, ou soou como se fosse uma metáfora. Positivo! Ela falou como se fosse uma metáfora. Ela usou a chamada comparação mental, que chega a ser igualada à metáfora. Vejam, eu mesmo comecei meu texto com uma metáfora: "os entendidos", para me referir aos que fizeram uma defesa da fala da ministra, afirmando que sua frase não teria força de persuasão, já que "falou em metáforas". Negativo. Teve força de persuasão sim, e ela quis se referir a um modo de pensamento em que reduz o entendimento para se obter vários efeitos, que agora não vamos detalhar, pois meu texto quer apenas discutir o emprego e o uso das metáforas e alertar que o emprego desta figura de linguagem é perfeitamente aceitável. Neste caso ela usou o que chamamos de "Metonímia", isto é, usar o emprego de uma palavra pela outra com a qual está
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Eles conspiram juntos contra mim, e tramam tirar-me a vida (SL 31,14b) Irmãos e irmãs; É com profundo pesar que, mais uma vez, nos defrontamos com uma barbárie contra os Povos Indígenas. Desta vez da etnia Gamela. Ataque que aconteceu no município De Viana, estado do Maranhão. E nós, como cristãos e cristãs comprometidos na luta pelos direitos de todos os povos, raças e nações, irmanados com o ensinamento de Jesus que disse: "Eu vim para que todos tenham vida". Não poderíamos nos calar diante de tal fato. Por isso vimos através desta nota manifestar nosso repúdio e exigir providências das autoridades competentes, dos governos estadual e federal, para que os autores deste ataque covarde e sangrento sejam punidos e que a justiça seja feita. Reafirmamos nossa oração, comunhão e compaixão com todos os irmãos e irmãs indígenas da etnia Gamela, verdadeiros donos da terra. Especialmente aqueles que ficaram gravemente feridos e mutilados, entre eles, ALDELI, JOSÉ E KUM TUM

Em que ocasião cantar o Hino do Ano Santo da Misericórdia?

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O Hino composto para o Ano Santo da Misericórdia, de autoria de Eugenio Costa e Paul Inwood, tem caráter litânico, isto é, pertence à família das ladainhas. É composto de um refrão:  Misericordiosos como o Pai! [cf. Lc,6] , e as estrofes ou invocações são uma espécie de invocação e exortação ao povo que, por sua vez, responde:  Pois eterna é a sua misericórdia! . Esta resposta é baseada no Salmo 136:  Eterna é a sua misericórdia! , conforme cita o documento  Misericordiae vultus [O rosto da misericórdia, papa Francisco] , nº 7, em que proclama o Ano Santo da Misericórdia, no qual diz: “ A misericórdia torna a história de Deus com Israel uma história da salvação. O fato de repetir, continuamente ‘pois eterno é o seu amor’, como faz o Salmo, parece querer romper o círculo do espaço e do tempo para inserir tudo no mistério eterno do amor. É como se se quisesse dizer que o homem, não só na história, mas também pela eternidade, estará sempre sob o olhar misericordioso do Pa