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Mostrando postagens de 2013

O Tempo do Advento, em poucas palavras

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Eurivaldo Silva Ferreira              No Ano Litúrgico, o Ciclo do Natal reassume uma identidade pascal, inspirando-se no Ciclo da Páscoa: um tempo de preparação, a festa principal, uma festa na oitava, e um tempo “esticado” para se fazer memória de outros aspectos da mesma festa. O Advento é caracterizado por duas dimensões: o anseio pela última vinda do Senhor (nas duas primeiras semanas) e a recordação de sua primeira vinda (nas duas últimas semanas) como preparação imediata ao Natal. O sinal sacramental da espera, próprio do tempo, faz alusão à segunda vinda de Jesus. No início do Ano Litúrgico, o Tempo do Advento relaciona-se com a proposta da Igreja que se faz presente no mundo. Ela anseia pela vinda do Senhor, mas enquanto sua vinda não se faz plenamente, celebra, louva e distribui os sacramentos, na esperança de sua plena concretização. É como se vivêssemos as propostas do Reino (já), mas não ainda em sua plenitude (ainda não). Por isso, este tempo em preparação ao N

Celebrar a Festa de Todos os Santos e Santas

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Eurivaldo S. Ferreira No Senhor alegremo-nos todos, Celebrando dos Santos a festa. Anjos cantam conosco, exultando Quem a glória de Deus manifesta! (cf. Antífona do dia da Festa de Todos os Santos)                 A Festa de Todos os Santos e Santas é sempre celebrada no dia 1º de novembro. Na liturgia da Igreja, esta festa é transferida para o domingo que sucede o dia de Finados. Os santos e as santas são contemplados da Igreja na categoria daqueles que sofreram e foram glorificados com Cristo. Por isso, diz a Sacrosanctum Concilium, que “ao celebrar a passagem dos santos deste mundo ao céu, a Igreja proclama o mistério pascal de Cristo cumprido neles”.                 A exemplo dos santos e santas a Igreja busca viver a santidade, pois estes tiveram suas vidas devotadas pelo mistério pascal. A liturgia que celebramos em comunidade tem essa finalidade. Eles são nosso paradigma de fé e exemplos na nossa caminhada terrena. Na Exortação Apostólica Cristifidelis Lai

Escola de Liturgia e Música litúrgica em Joinville - SC

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Valério (participante da Escola) Nos dias 04, 05 e 06 de outubro aconteceu a última etapa da Escola de Música e Liturgia, promovida pela Diocese de Joinville, e direcionada aos músicos, cantores e leitores das paróquias da diocese. Esta foi a última de quatro etapas e aconteceu na casa de retiro do Sagrado Coração de Jesus em Jaraguá do Sul. A formação foi ministrada pelo Pe. Mirin, a irmã Penha e o músico Eurí; todos da Rede Celebra. O objetivo foi orientar os músicos, cantores e leitores sobre as diretrizes litúrgicas para as celebrações propostas pelo Concílio Vaticano II e, consequentemente, pela CNBB. A iniciativa foi do Pe. Luciano, coordenador diocesano de pastorais, com a colaboração da Cristina, da Benta, do Joesano e outros grandes amigos que se dedicaram à organização, alimentação e demais tarefas em todas as etapas da Escola. No dia 01 de dezembro, acontecerá na comunidade Arca da Aliança em Joinville, um grande ensaio musical com os cantos do tempo

Maria, a discípula que acreditou

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Eurivaldo Silva Ferreira                         Às vésperas da Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, ouso oferecer aos leitores uma breve reflexão sobre Maria e o culto a ela estabelecido no decorrer do Ano Litúrgico.             Maria é a primeira na fileira das santas testemunhas da ressurreição. Mãe do Verbo, a santa por excelência entre os santos e santas, assim ela é contemplada na estrutura das Orações Eucarísticas. Sendo discípula, é imagem da Igreja e seu modelo, “consolo e esperança para o povo ainda a caminho” (Prefácio da Assunção de Nossa Senhora). Está unida à obra da salvação de seu Filho por um vínculo indissolúvel (SC, 103). Nela a Igreja admira e exalta o mais excelente fruto da Redenção, honrando-a (cf. LG 53) e tomando-a como ícone do seu próprio caminho de seguimento do Verbo. É comparada à Jerusalém do alto, a cidade do céu (Prefácio de Todos os Santos), porque reúne todos os santos e santas em seu seio, e é a primeira entre as t

Retorno à liturgia como fonte de espiritualidade

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Devo confessar toda a minha preocupação e também o meu sofrimento com uma permanente incompreensão da relação liturgia e espiritualidade, ou melhor, com um equívoco que me parece sempre mais profundo e certificado. Quem, como eu, conhece há anos uma vida cristã alimentada pelos exercícios de piedade, pelas devoções e manifestações da piedade popular, alimentou grandes esperanças quando veio a reforma litúrgica: naquele momento, de fato, se descobria e se assumia a convicção de que a vida espiritual pessoal não pode ter outra fonte que a liturgia, a liturgia eucarística sobretudo, a liturgia das horas, a liturgia dos sacramentos. Como não admitir, por exemplo, que a restauração da vigília pascal desejada pela reforma de  Pio XII, no início dos anos 50, mudou a nossa espiritualidade, pondo no seu centro o mistério pascal, o mistério da morte e ressurreição do Senhor Jesus? E como esquecer o “missalzinho”, aquele excelente livro de oração pessoal, que oferecia a eucologia das

Relato de uma experiência de oração nas casas

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             Lourdes é mulher de fé, de oração, além de ser uma pessoa portadora de um carisma enorme, que convoca e reúne outras pessoas ao seu redor. Conheço esta servidora do Senhor desde minha infância, ocasião em que, frequentando a comunidade, a víamos entrar com um grupo de crianças, sempre sentando no segundo banco da igreja. Crianças que em sua maioria eram ajudadas por ela na oração e na catequese. Sua firmeza na fé a faz ser uma pessoa de garra, com a qual sempre se dispõe a olhar para o/a outro/a com uma característica que só ela possui. Há cerca de um ano começou um grupo para rezar o Ofício Divino nas casas. Numa dessas noites de Vigília , no momento da Recordação da Vida , emocionou-nos com o relato abaixo:                       “25 de julho, quarta-feira de 2012. Quarta-feira à noite. Primeira celebração do Ofício Divino das Comunidades nas casas. Ao todo seis pessoas, o grupo estava formado e saindo em missão: Lia, Maria, Deise, Hosana, Ermelinda e Lourdes, q

A liturgia de envio da JMJ: alguns desvios e olhares

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Recebido por e-mail Comentário da missa da JMJ: Acabo de assistir à missa de encerramento da JMJ. 3 milhões e 200 mil jovens. Uma missa tomada por certos movimentos, transformada em show de grupos de elite de classe média.  Até o Amém após a Oração Eucarística foi elitizado. Fizeram da missa do Papa o que fazem normalmente com nossas missas nas comunidades. Não percebi entusiasmo do Papa. Talvez tenha celebrado com raiva como eu celebro às vezes. O Papa que fala em opção pelos pobres e proximidade com os pobres teve que celebrar no fim de um tapete vermelho que não tinha fim e que o distanciava dos jovens.  Vem-me à lembrança a foto de uma cadeira branca vazia durante um evento, durante a apresentação de uma sinfonia que a aristocracia do Vaticano preparou para o Papa. O Papa deixou a cadeira vazia no meio de um público seleto que o esperava. Falou por este gesto que não queria ser da aristocracia. Na missa da JMJ prepararam uma cadeira parecida para ele, longe do povo, longe

CELMU - Curso Ecumênico de Formação e Atualização Litúrgico-Musical

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Curso de Formação Litúrgico-Musical             O CELMU (Curso Ecumênico de Formação e Atualização Litúrgico-Musical) tem mais de 20 anos de atividades ininterruptas. Durante este tempo, inúmeros agentes de música litúrgica do Brasil buscaram formação e aprofundamento e tornaram-se referência para a música litúrgica em suas comunidades. O curso visa formar e atualizar pessoas que trabalham com música e liturgia e necessitam de um suporte teórico-musical e litúrgico.             A partir de 2014, o CELMU será realizado na PUC/SP como Curso de Extensão Cultural. Data: De 06 a 16 de janeiro de 2014 Local: Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) , no Campus Ipiranga , à Av. Nazaré, 993 CEP 04263-100 São Paulo/SP. Cada participante é responsável pela hospedagem e alimentação.                                 O CELMU é promovido por nove entidades, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e é

Vivendo o Tempo da Quaresma como itinerário pedagógico da fé

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Eurivaldo Silva Ferreira Introdução Ao tomarmos o Tempo da Quaresma que logo iniciaremos com a celebração das Cinzas como itinerário pedagógico da nossa fé, pensamos que este tempo é-nos colocado como sacramento, o que define seu pano de fundo teológico. A visão externa deste sinal decorre em duas atitudes: roteiro para uma mudança de vida (nas atitudes de conversão), apelo para o retorno ao apelo inicial da fé (o fato de reconciliar-se). Contudo, a Igreja, ao celebrar este tempo, conclama que a reconciliação consiste em experimentar este sacramento também como celebração. O Tempo da Quaresma se torna então uma oportunidade para experimentarmos o apelo ao marco inicial da fé, experimentado pelo batismo, já que esse aspecto foi-se perdendo durante a história. Lembramos que o Ritual da Penitência prevê até uma celebração penitencial para as comunidades que não têm ministros ordenados. O fato é que, sempre nos tempos litúrgicos, somos convidados a reconciliar-nos conosco,

Enxugar a missa

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Interessante crônica de Dom José Maria Maimone, bispo emérito de Umuarama, PR, sobre sua visão de como andam nossas celebrações litúrgicas. Ele conclama que os padres façam uma espécie de avaliação, e sugere que os presbíteros filmem uma de suas missas para ver depois qual é o termômetro da celebração, para depois "enxugar" aquilo que deve ser enxugado. Percebo que nas entrelinhas de seu texto há uma chamada de atenção para a centralidade do mistério que ali é celebrado, sendo sua atenção desfocada para outros sentidos. Não está bem propícia aos dias de hoje? E o que teremos a dizer das missas transmitidas pela TV? Merecia outra crônica, não? Boa leitura. extraído de: http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-jose-maria-maimone/11339-enxugar-a-missa Dom José Maria Maimone Bispo emérito de Umuarama (PR) Alguns Padres deveriam filmar suas Missas, depois, calmamente e atenciosamente assistir. O que eles veriam? Veriam os fiéis conversando enquanto o comentarist