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Mostrando postagens de 2008

Carta aos agentes de música litúrgica do Brasil

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Brasília-DF, 25 de setembro de 2008 ML – C – Nº 0845/08 A liturgia ocupa um lugar central em toda a ação evangelizadora da Igreja. Ela é o “cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de onde emana toda a sua força” (SC 10). Nela, o discípulo realiza o mais íntimo encontro com seu Senhor e dela recebe a motivação e a força máximas para a sua missão na Igreja e no mundo (cf. DGAE nº 67). Há uma relação muito profunda entre beleza e liturgia. Beleza não como mero esteticismo, mas como modalidade pela qual a verdade do amor de Deus em Cristo nos alcança, fascina e arrebata, fazendo-nos sair de nós mesmos e atraindo-nos assim para a nossa verdadeira vocação: o amor (cf. SCa 35). Unida ao espaço litúrgico, a música é genuína expressão de beleza, tem especial capacidade de atingir os corações e, na liturgia, grande eficácia pedagógica para levá-los a penetrar no mistério celebrado. Acompanhamos, com entusiasmo e alegria, o florescer de grupos de canto e música litúrgic

Liturgia da noite de natal

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Texto enviado por Pe. Marcelino Sikinski Anoitece. Dia 24 de dezembro. As famílias preparam a ceia de natal. Nas capelas e igrejas prepara-se o espaço celebrativo e as equipes de liturgia revisam e interiorizam as celebrações organizadas há mais tempo. É uma noite de festa e alegria que tem seu cume na celebração da comunidade. Aparecem as primeiras estrelas no céu. Anunciam festa e escondem em sua tênue luz, mistérios guardados por milênios, recordados no livro do Êxodo: Hoje, sabereis que o Senhor vem e nos salva. Amanhã vereis a sua glória (Ex 16,6-7). Desce a noite e a comunidade reunida no Senhor, inicia o canto “Noite Feliz”. Quem preside a celebração diz: Ó Deus que fizeste resplandecer essa noite com a claridade da verdadeira luz, concedei que, tendo vislumbrado na terra esse mistério, possamos gozar no céu sua plenitude. Que mistério é esse portador de tanta alegria? Leão Magno responde: Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos! Não pode haver tristeza no dia

Música litúrgica - critérios para escolha dos cantos

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Música Litúrgica [1] CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DOS CANTOS Ione Buyst* Quando é que podemos dizer que uma música é litúrgica? O que se exige de uma música na liturgia? Em que critérios deverão se basear os responsáveis pela música litúrgica nas dioceses, paróquias e comunidades, para escolher o canto certo num repertório tão vasto de músicas de cunho “religioso”? E os compositores? A que exigências deverão obedecer suas criações, se quiserem prestar um serviço ao povo cristão reunido para o culto? Da constituição conciliar sobre a liturgia e os demais documentos oficiais da Igreja após o Concílio, destacamos seis exigências: 1. O canto na liturgia deve nascer da Palavra de Deus. 2. Deve ser cantado pelo Povo. 3. Deve ser cantado numa linguagem musical própria a cada comunidade. 4. Deve criar união na comunidade. 5. Deve ser uma forma de verdadeira arte. 6. Deve ser um sinal litúrgico. 1. O CANTO NA LITURGIA DEVE NASCER DA PALAVRA DE DEUS O canto na liturgia deve nascer da Palavra de Deus,

A ministerialidade da Igreja

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Frei Joaquim Fonseca, ofm Artigos publicados na Revista de Liturgia ao longo do ano de 2005 I - Introdução Neste texto, trataremos do sentido teológico, litúrgico e espiritual dos ministérios. À guisa de introdução, falaremos sobre a ministerialidade da Igreja e sua incidência na liturgia. 1.1. A ministerialidade da Igreja e sua incidência na liturgia O Concílio Vaticano II restabeleceu o conceito de Igreja como povo de Deus. Trata-se, portanto, de um povo sacerdotal, profético e régio que tem uma missão específica na Igreja e no mundo. O sacerdócio batismal confere aos leigos e leigas o pleno direito de, junto com os ministros ordenados (bispos, presbíteros e diáconos) participar ativamente da vida e missão da Igreja. Na celebração litúrgica, este sacerdócio batismal se dá de forma visível quando acontece a participação ativa e frutuosa de toda a assembléia. A assembléia reunida no Espírito Santo constitui o corpo místico de Cristo. Um corpo com muitos membros, mas que estão a serviço

"Quem canta, seus males espanta"

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Especialistas garantem que 'Quem canta, seus males espanta' Cristina Gawlas Viena, 16 mar (EFE).- Cantar não é apenas uma das formas de expressão mais antigas do ser humano, mas também pode curar muitos males, garantem cada vez mais médicos, que recomendam a prática do canto com regularidade, embora os estudos sobre seus efeitos benéficos do canto sejam recentes. Até pouco tempo atrás, não existiam estudos científicos a respeito do assunto, mas resultados de pesquisas recentes confirmam inclusive que cantar deveria ser receitado pelos médicos, afirma a doutora Gertraud Berka-Schmid, psicoterapeuta e professora da Universidade de Música e Artes de Viena. A especialista critica pais e professores que tentam proibir as crianças de cantar porque "não sabem", pois assim as privam de sua capacidade de "personificação" e o acesso à experiência do som. "Isso faz com que a consciência da personalidade mude, reduzindo seu desenvolvimento, porque poder levantar a

Sons para o eterno

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Encontra aqui o seu ponto de referência uma conversa sobre a música sacra, aquela música tradicional do Ocidente católico, para a qual o Vaticano II não mediu palavras de louvor, exortando não somente a salvar, mas a incrementar «com a máxima diligência» o que ele chama «o tesouro da Igreja» e, portanto, da humanidade inteira. E, apesar disso? «E, apesar disso, muitos liturgistas puseram de lado esse tesouro, declarando-o 'esotérico', 'acessível a poucos', abandonaram-no em nome da 'compreensão por todos e em todos os momentos' da liturgia pós-conciliar. Portanto, não mais 'música sacra', relegada quando muito a ocasiões especiais, às catedrais, mas somente 'música utilitária', canções, melodias fáceis, coisas corriqueiras». Também aqui o Cardeal consegue mostrar com facilidade o afastamento teórico e prático do Concílio, «segundo o qual, além do mais, a música sacra é, ela mesma, liturgia, e não um simples embelezamento acessório». E, segundo el

Leitura orante da Bíblia

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Passeando pelo universo cibernético, em meio a um compromisso da Rede Celebra - núcleo São Paulo - SP, um amigo também da Rede, José Zanello, me indicou estes interessantes passos para a leitura orante da Bíblia. Trata-se de um conceito simples, mas que vale a pena ser seguido conforme nas ilustrações e dicas abaixo: 1 – Iniciar, invocando o Espírito Santo 2 – Leitura lenta e atenta ao texto 3 – Momento de silêncio interior, lembrar o que leu 4 – Ver bem o sentido de cada frase 5 – Atualizar e ruminar a palavra, ligando-a com a vida 6 – Ampliar a visão, ligando o texto com outros textos bíblicos paralelos 7 – Ler de novo, rezando e respondendo a Deus 8 – Formular um compromisso de vida 9 – Rezar um salmo apropriado 10 – Escolher uma frase como resumo para memorizar

CANTAR COM OS MAIS NOVOS

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CATEQUESE - MÚSICA – LITURGIA por António José Ferreira, extraído do site http://www.meloteca.com/ Introdução A música é uma prática cultural de grande relevo nas sociedades contemporâneas, em especial entre os mais jovens. Tendo consciência disso mesmo, a revista francesa Catéchèse dedicou em 1988 um número inteiro à música e ao canto na Catequese. Não tenho conhecimento que alguma publicação do gênero tenha sido feita alguma vez em Portugal. Contudo, a Igreja não pode hoje ignorar as novas tecnologias da informação e comunicação; com gastos relativamente reduzidos, pode promover estudos e disponibilizar elementos sobre um aspecto incontornável da atividade evangelizadora. Através da música o amor se exprime, a tristeza se transforma, a fé se estrutura. Cantar é assumir o seu dom e pobreza, é dar e receber. A transmissão de idéias através do canto desempenhou um papel único quando a leitura e a escrita estavam confinadas a uma minoria. Com alfabetização generalizada, a música não deix

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2. Cantar na catequese e na liturgia por Antonio José Ferreira Se a caminhada de fé se dirige ao ser humano na sua totalidade e não apenas à inteligência, a música pode dar um contributo fundamental nas sessões de catequese. "Todas as cordas do ser humano são tocadas no ato de cantar" (Stanislas Lalane, Jouez et chantez, in Catéchèse, 5). O canto, especialmente o canto em conjunto, "exige e opera um investimento de todas as capacidades do ser humano: o corporal, o cerebral, o sensível, o emocional, o irracional, o simbólico" (Claude Duchesneau). Além disso, "no ato de cantar, como no ato de fé, o ouvir tem prioridade em relação ao compreender" (Jean-Yves Hameline, Acte de chant, acte de foi, in Catéchèse, 43). A fé passa pelos sentidos e, de modo especial, pelo ouvido. O canto existe para ser vivido, mas não chegará a sê-lo se não for ouvido. Não se canta, na catequese, como na liturgia, para manter as crianças sossegadas, embora isso possa ser um efeito d

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3. Música nas Missas com Crianças por Antonio José Ferreira Em determinados momentos do percurso catequético, pelo menos, há toda a vantagem em fazer celebrações com crianças. A celebração só com crianças (com alguns adultos apenas) é minoritária, sobretudo ao Domingo. O mais comum entre nós é as crianças participarem nas assembléias dominicais gerais, muitas vezes sem a participação ativa desejável. As crianças aprendem fazendo, e louvam a Deus pela ação e o movimento. Como em qualquer eucaristia, a participação nas Missas com Crianças deve ser ativa, interior e exterior. O Diretório Romano das Missas com Crianças reconhece ao canto um papel muito importante, dando prioridade às aclamações, sobretudo as aclamações da Oração Eucarística. Os cantos da Glória e do Credo, o Santo, e Cordeiro de Deus podem ser adaptados, não devendo ser excessivamente longos, além das qualidades que são naturalmente exigíveis à música e aos textos. O canto entre as leituras deve ser sálmico e ter melodia s

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4. Cantar o quê? Repertórios e coletâneas por Antonio José Ferreira Escolher cânticos para a catequese ou para uma celebração é uma tarefa de responsabilidade que deve ter em conta as crianças e os laços que se pretende criar. Quando as crianças estão em larga maioria, devem ter um repertório específico, mesmo que não seja muito abundante. É desejável um repertório de cânticos para crianças, tal como há versões da Bíblia especialmente adaptadas à infância. Ao selecionar um cântico ou canção, o catequista deve ter em conta a relação do texto com a melodia, coerência entre o canto e o momento catequético, a adaptação do canto ao grupo (com a sua idade e características). Quanto maior é o grupo, maior é a necessidade da música, do canto e do ritmo. E, embora na catequese os grupos não sejam muito grandes, nem por isso o gesto vocal deixa de ser importante. Um bom cântico para crianças é o que "fala ao corpo, que faz ver, ouvir e sentir, que põe em movimento todos os sentidos para por

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5. Corporeidade e expressão gestual por Antonio José Ferreira O corpo de Jesus de Nazaré não foi uma aparência de corpo, mas corpo humano verdadeiro, que se sofreu e se alegrou, morreu e ressuscitou. Na corporeidade do Filho de Deus o corpo humano passou a valer mais. "Desde que o nosso Deus se fez carne, o corpo humano torna-se templo do Espírito. Quando celebramos, isso diz respeito a todo o corpo" (E. UBERALL, Celébrer avec tout son corps, in Signes Musiques 38(1997)4). Gestos movimento e criatividade visual na catequese e nas missas com crianças são importantes pela própria natureza da Igreja, da salvação destinada ao homem todo e da psicologia das crianças, que gostam de cantar e fazer gestos. A expressão corporal revela o ser de cada um. Graças ao gesto, a corporeidade torna-se um símbolo, a pessoa comunica e comunica-se a si mesma e ao grupo. A gestualidade é um elemento inevitável. Não se trata de ceder a uma moda, mas de ajudar à participação efetiva em que o Concíli

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6. O lugar dos jovens Por Antonio José Ferreira O processo de socialização dos adolescentes que gostam de estar sós e usar meios individuais de ouvir música como o walkman ou mp3, deve ser completado com a prática coletiva de concertos e instrumentos ou canto. A catequese pode ser um contributo importante nesse sentido, superando alguma tendência individualista. Se a música e a expressão gestual têm um lugar insubstituível na vida humana e, de modo especial, na infância, o catequista deve pensar na gestualidade que poderá acompanhar o canto, mesmo que venha a pedir sugestões às crianças e jovens. Quando as celebrações são majoritariamente jovens, ou há um número razoável de crianças, a preparação da liturgia deve ter em conta essa circunstância para que a participação seja realmente ativa. A questão do lugar dos jovens nas celebrações cristãs é importante. Há poucos adolescentes e jovens nas missas dominicais, e muitas vezes aborrecem-se, porque falta ritmo à liturgia. É preciso ter em