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Mostrando postagens de 2015

Advento, espera por Deus através das nossas fraquezas

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Artigo de Bernard Ginisty É a isto que o tempo do  Advento  nos convida: a "reencontrar o rastro do homem na sua fragilidade". A opinião é do filósofo francês  Bernard Ginisty , cofundador da associação  Démocratie et Spiritualité  e ex-diretor da revista  Témoignage Chrétien . O artigo foi publicado no sítio  Garrigues et Sentiers , 16-12-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto . Eis o texto. Propondo todos os anos a liturgia do  Advento , a Igreja convida a viver a relação com  Cristo  como novidade permanente e não como posse satisfeita. Quando Jesus começa a ser falado,  João Batista  mandou alguns dos seus discípulos para interrogá-lo: "És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?". A sua resposta não consiste em ensinar um dogma ou em tomar posição nas disputas religiosas do seu tempo. "Voltem e contem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os

Eis que o Advento vem aí!

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Eurivaldo Silva Ferreira  Tempo do Advento: parte integrante do Ciclo do Natal, como tempo de preparação (espera pelo Senhor que vem). O Ciclo do Natal é identicamente ao Ciclo da Páscoa, comporto por um tempo de preparação, a festa principal, uma festa na oitava, e um tempo “esticado” para se fazer memória de outros aspectos da mesma festa.  Possui duas dimensões celebrativas: celebramos o mistério do Senhor que veio e que virá. Nos dois primeiros domingos: O Senhor virá ; nos dois domingos seguintes: O Senhor veio . O sinal sacramental da espera, próprio do tempo, faz alusão à segunda vinda de Jesus.  Advento tem a ver com o mundo e com a Igreja: a proposta da Igreja que anseia pela vinda do Senhor tem ressonância no mundo. Ela anseia pela vinda do Senhor, mas enquanto sua vinda não se faz plenamente, celebra, louva e distribui os sacramentos, na esperança de sua plena concretização. É como se vivêssemos as propostas do Reino (já), mas não ainda em sua plenitude (ainda não). Por

Música litúrgica: entre beleza, simbolismo e expressividade

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Eurivaldo Silva Ferreira             Introdução: de que beleza falamos mesmo?                    As comunidades estão cada vez mais redescobrindo que a liturgia é um encontro, uma ação, um acontecimento e uma festa. A celebração não se faz só com palavras, mas também com movimentos, gestos, música e dança. O batismo, a santa ceia, a celebração da palavra, o oficio divino, as vias-sacras, as procissões, as romarias são ações simbólicas que nos permitem expressar em linguagem humana a presença escondida do Deus que se fez ‘carne’, humano com os humanos (1Jo 1, 1-4). Esses gestos são a linguagem da nossa adoração e da nossa comunhão com ele na intimidade do seu amor. O fruto que colhemos na liturgia, a graça de Deus que dela nos vem para o nosso crescimento na fé passa pela expressividade da ação litúrgica. (Carta de Princípios da Rede Celebra de animação litúrgica, nº 16).                 De fato, a liturgia ocupa um lugar central em toda a ação evangelizadora da Igreja. Ela

Carta de apoio ao papa Francisco

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Há uma campanha mundial e especialmente dentro da Cúria Romana de forte oposição ao Papa Francisco, especialmente ao seu modo carinhoso e informal que caracteriza seu estilo de ser Pastor da Igreja Universal e bispo de Roma. Grupos fortes dentro e fora dos quadros eclesiais que objetivam desestabilizar e até ridicularizar seu modo de ser Papa, despojado dos símbolos de poder, bem no estilo de São Francisco de Assis de quem tomou o nome. No II Congresso de Teologia Continental, realizado em Belo Horizonte entre os dias 26-30 de outubro sob o lema   A Igreja que caminha no Espírito a partir dos pobres  resolveu escrever esta carta aberta em apoio ao Papa Francisco. Logo aderiram cerca de 300 pessoas do Brasil, de toda  América Latina, do Caribe e de representantes da Europa, do Canadá e dos Estados Unidos. Pedimos  divulgarem esta carta e testemunharem a sua adesão para o e-mail < valecarusi@gmail com .> da embaixada argentina junto à Santa Sé.  Lboff                          

MÍSTICA, MISTAGOGIA E LITURGIA: Por uma experiência mais vivencial

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                    O Povo de Deus – a Igreja – precisa sempre embeber-se do Mistério divino. Numa dinâmica mistagógica que possibilita sentir o sabor da fé e da vida nas celebrações litúrgicas. Este é um significativo passo para não se estagnar em um conhecimento puramente teórico do Crucificado/Ressuscitado. Sendo assim, se o homem não mergulha no Mistério de Deus, ele corre o risco de não responder à sua vocação batismal: ser um em-com-por Cristo. A linguagem da liturgia é a mistagogia [1] ! É um método condutor, vivo e dinâmico, que não deixa a espiritualidade da assembleia se embotar, nem perder seu brilho teológico e litúrgico [2] .           Paralelamente, nota-se na atual conjuntura eclesial um ‘sentimento coletivo’ de “cansaço”. Muitas lideranças e agentes de pastorais se queixam da participação dos fiéis nas atividades comunitárias. Por muitas vezes, a assembleia se apresenta como “fria” e sem expressão ativa. Assim, os projetos não caminham, os membros de pastorais e m

O sentido das leituras no tempo da Quaresma

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Eurivaldo Silva Ferreira A Quaresma é um tempo da grande convocação de toda a Igreja para que se deixe purificar por Cristo, seu esposo (cf. Joel, primeira leitura na Quarta-feira de Cinzas). Pois, Cristo mesmo não conheceu o pecado (segunda leitura na Quarta-feira de cinzas), embora sentenciado à morte, ele mesmo dirigiu preces e súplicas a Deus, pois aprendeu o que significa obedecer (2ª leitura no 5ª Domingo). Assim, a Igreja que traz pecadores em seu seio, que é santa, mas sempre necessita de purificação, nunca deixa, sobretudo neste tempo, de fazer penitência e de se renovar (cf. LG 8). Além de ser Deus o grande convocador para o reconhecimento de sua misericórdia, temos uma atitude pessoal também, a de nos deixar reconciliar-nos com Deus (cf. 2ª leitura da Quarta de Cinzas). Nessa atitude pessoal somos lembrados que Deus um dia se reconciliou com a gente. De certa forma, nós, ao sermos colaboradores de Cristo, participando de sua graça pelo batismo, somos chamados a sermos

A Quaresma como itinerário pascal

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Eurivaldo Silva Ferreira [1] Ano Litúrgico: itinerário pedagógico da fé Diz a Lumen gentium que uma das preocupações da Igreja é fazer com que seus fiéis se aproximem da graça salvadora de Cristo (LG, 1-8). Os fiéis fazem isso toda semana, no domingo, justamente denominado Dia do Senhor, celebrando a ressurreição de Cristo, também de maneira mais especial no período do Tríduo Pascal. Logo, quem participa das ações litúrgicas, entra em contato com a riqueza das virtudes e méritos de Jesus Cristo, por isso o mistério de Cristo anunciado e vivido ao longo de um ano, através da liturgia celebrada, possibilita a quem crê a plenitude da graça da salvação. Toda ação de Cristo operando em prol de sua comunidade de fé, orante e reunida em assembleia, ocasião em que toma contato com a pregação, a vivência e o anúncio do Reino de Deus feito por Jesus, é um itinerário pedagógico, o qual chamamos de Ano Litúrgico. O Ano Litúrgico, vivido como sinal sacramental da atuação do Cristo que