9º Encontro de Compositores da CNBB – Edição 2014
9º Encontro
de Compositores da CNBB – Edição 2014
Eurivaldo
Silva Ferreira
Entre os dias 20 e 23 de novembro de 2014 encontram-se
reunidos na Casa de oração da Cidade Regina das Irmãs Paulinas, situada na
Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo – SP, diversos compositores que se dedicam
à criação e à divulgação da música litúrgico-ritual.
O Setor de Música Litúrgica da CNBB promove um
encontro anual e convida compositores da música litúrgica de diversas regiões do
Brasil. São pessoas dedicadas à música e à arte das palavras, as quais cantam o
mistério pascal nas diversas comunidades do Brasil.
A necessidade urgente de um aperfeiçoamento
litúrgico-musical na técnica da composição, na qualificação de uma música
litúrgica enraizada na cultura brasileira e o bom êxito dos encontros
anteriores são os principais fatores que encorajam a CNBB neste processo, cujo
objetivo é: promover a formação
litúrgico-musical de compositores e letristas com as competências requeridas à
formação e ao desenvolvimento de um grupo comprometido com a música no Brasil
dentro de parâmetros estéticos, teológicos, litúrgicos, pastorais, técnicos e
culturais.
Faz parte das exigências da participação nas edições
do Encontro de Compositores da CNBB a condição de que estes, sendo compositores,
músicos ou letristas, já atuem como multiplicadores em suas dioceses ou
regiões, os quais são convidados pelo Assessor do Setor de Música da CNBB, ou
ainda indicados pelos membros da Equipe de Reflexão do referido Setor. Esses
compositores, atuando como multiplicadores, favorecem e auxiliam as comunidades
do Brasil, a fim de que possam cantar uma música que as ajudem a vivenciar o Mistério
Pascal, força propulsora da música litúrgica, presente e celebrado nos diversos
momentos do Ano Litúrgico.
Como nas edições anteriores, é trabalhado um tema
relevante que contribua para a prática da construção de um canto
litúrgico-ritual genuíno nascente da cultura musical brasileira. Esse tema,
permeado de seu aspecto antropológico, pastoral e teológico, é contemplado com subsídios
teóricos e práticos voltados para a elaboração de outros cantos litúrgicos, também
valorizando aquele repertório já existente [Hinários Litúrgicos, por exemplo], ensejando
conhecimento e técnicas de composição, além de ajudar a desenvolver um plano de
formação litúrgico-musical, estimulando o surgimento de novas composições que preencherão lacunas ainda existentes no
repertório litúrgico da Igreja no Brasil, como que num “multirão”.
Especialmente nesta edição o tema desenvolvido foi
pensado no Canto Litúrgico para a Memória dos Santos e Santas, cujo dado
antropológico foi desenvolvido pelo antropólogo Prof. Ênio José da Costa Brito,
que destacou em sua fala a questão da interculturalidade e do
multiculturalismo, elementos interessantes que contribuem para o olhar das
diversas culturas.
Reginaldo
Veloso destacou a questão do tema pelo viés pastoral e suas incidências na
expressão litúrgica, indagando os participantes a refletirem a partir das
seguintes questões: 1. Na experiência pessoal e comunitária de celebrar a
memória dos Santos e Santas, A) o que você considera como mais positivo e
importante? Por quê? B) Alguma coisa lhe parece questionário ou preocupante?
Por quê?
Foi convidado o doutor e música pela UNESP, o Prof.
Arthur Rinaldi, que, dando continuidade às questões da composição popular
abordada na última edição (2013), ficou encarregado de trabalhar com os
participantes o que se chama de Oficina de Composição e Música.
Penha Carpanedo, pddm, conhecida liturgista e
contribuinte na formação litúrgica em todo o Brasil, trabalhou o Enfoque
litúrgico-teológico da Devoção popular aos Santos e Santas, a partir dos textos
eucológicos.
Com essa proposta, o encontro cumpre com sua
metodologia, desenvolvida sempre sob três eixos temáticos: a Liturgia, a Música
e a Cultura brasileira, que são abordados,
discutidos e refletidos em palestras, exposições ou em rodas de
conversa, por isso sempre é assessorado por músicos profissionais, liturgistas
qualificados e convidados especialistas no assunto, tudo sob a coordenação do
Assessor da CNBB da Música Litúrgica, Pe. Carlos Sala.
Desta 9ª edição estão presentes 30 participantes,
dentre músicos e compositores letristas de diversas regiões do país,
especialmente convidados do Setor de Música da CNBB, dentre eles os membros da
Equipe de Reflexão deste Setor.
A continuidade deste processo ainda permanece como perspectiva
do Setor de Música Litúrgica da CNBB, e a ideia da criação e manutenção de um Corpo
Eclesial de Compositores da Música Litúrgica implica numa consciência eclesial,
a de se trabalhar como Igreja, tendo em vista a unidade na diversidade,
principalmente quando se trata de música litúrgica.
Não é mais possível se conceber que pessoas ligadas à
formação litúrgico-musical, sendo compositores, poetas, letristas ou músicos,
permaneçam isoladas do contexto daquela expressão requerida pelos documentos da
música litúrgica da Igreja no Brasil, desperdiçando seus talentos, mas sim, se
apropriem de uma metodologia, colocando-se, com suas produções, à disposição da
Igreja, trabalhando juntas, somando talentos, criando-se uma cultura, tendo uma
liberdade na caridade, sem bloqueio e sem barreiras.
Nesta Igreja em que todos os compositores litúrgicos
estão inseridos, todos e todas têm as mesmas alegrias e esperanças, como se
fosse um só coração e uma só alma. Afinal o que é a liturgia senão a memória
viva de Jesus Cristo, congregados no Espírito Santo?
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